CARLOS ALVES
SURIYA
DESCRIÇÃO
SURIYA é inspirado em factos ocorridos durante o conflito na Síria. Este é um espectáculo sobre violência ou da violência tornada espectáculo. Um espectáculo de instintos, num lugar de incompreensão, medo e intolerância. Nesse lugar, os instintos são um perigo, colocam o Ser Humano à beira do descontrolo total. Os instintos são uma arma.
​
Uma guerra, destroços e desejos de reconstruir. No meio da guerra, a festa, a alucinação, a loucura. A festa descontrolada, de instintos irracionais. São momentos em que a descompressão estimula o apetite sexual e o desejo de ferir. Há mulheres que são utilizadas como instrumento de diversão, de exercício de poder e um inimigo de guerra; mulheres que satisfazem os anseios de dominação, vingança, satisfação sexual e demonstração de força.
​
SURIYA é sobre objectificação, sexualização, instrumentalização, violência física e psicológica sobre mulheres. Não só sobre as que estão presentes mas também sobre outras, que se encontram num outro lado do mundo. As outras que, estando ausentes, são lembradas e referidas pelas possibilidades sexuais com que são tidas em conta; essas que, na ausência, são violentadas pelos termos de comparação a que são sujeitas.
​
Aqui, a guerra exponencia a violência. Por outro lado, esta subsiste para além da guerra e existe antes dela. Esta guerra é, afinal, um espelho do mundo.
E do outro lado do mundo, assiste-se, pelos ecrãs, a imagens que perturbam, que se querem evitar mas não travar. Há uma ponte entre esse lugar chamado “Suriya” e o outro lado, que assiste, que acolhe e que recusa. No entanto, os dois lados estão sempre a olhar um para o outro como quem se vê ao espelho.
“MARYAM
(...)
Afinal
Foi assim
Uma guerra
Como outra qualquer
Uma guerra
E na guerra é assim mesmo
Acontece tudo
Perdemos tudo
ROSANA
Até mesmo a honra
Sobretudo a honra”
(excerto do texto do espectáculo)
​
FICHA TÉCNICA
Autoria e Encenação: Carlos Alves
Elenco: Carlos Alves, Carlos Catarino, Joana Lourenço, Manuela Gomes
Assistência à Criação e Figuração: Andreia Pinto e Soraia Fernandes
Cenografia: Carlos Alves e Joana Lourenço
Desenho de Luz: Carlos Alves
Sonoplastia: Carlos Alves
Figurinos: Carlos Alves, Carlos Catarino, Joana Lourenço, Manuela Gomes
Operação de Iluminação: Rúben Silva
Grafismo e Edição Vídeo: Carlos Catarino
Fotografias de Ensaio e de Cena: Ana Ferreira
Registo audiovisual: Marco Laureano
Produção Executiva: Carlos Alves e Joana Lourenço
Produção: Ditirambus
Apoio: Rede de Bibliotecas da Câmara Municipal de Lisboa
Apoio de Media: RTP
​
NOTAS SOBRE O ESPETÁCULO
Estreou em Maio de 2019, no Auditório da Biblioteca de Marvila.